A gente costuma dizer que o tempo passa voando quando estamos tendo um tempo bom. Mas para começar a falar sobre esses três meses maravilhosos que se passaram em um piscar de olhos, tenho que voltar mais, há quase quatro meses, no dia em que nasci de novo.
Tudo começou após uma tentativa de assalto, tentei continuar a vida, como qualquer pessoa faria, mas algo estava diferente, eu estava apavorado. Besteira? Provavelmente, mas era algo fora do meu controle. Passaram-se mais alguns dias e o dia fatídico chegou.
Era um domingo, eu precisava dormir cedo, mas o sono não vinha, pensamentos incomuns passaram pela minha cabeça, coisas torturantes, acompanhadas de falta de ar e taquicardia, para não dizer mais, a angustia foi tanta, que, por um milésimo de segundo, chegou a passar pela minha cabeça que a única coisa que iria parar aquela sensação angustiante seria a morte.
No dia seguinte, pensei que tudo havia passado. Até sentir tudo de novo, de repente ao entrar em um ônibus. Algo estava muito errado comigo e eu não tinha a mínima ideia do que era. Contei para uma amiga, que me disse que, pela descrição, parecia um ataque de ansiedade. Fazia sentido, sempre fui uma pessoa muito ansiosa.
E foi aí que tudo começou, eu procurei ajuda. Comecei a fazer terapia. Da primeira consulta, há três meses, até hoje, eu só me sinto melhor. Admitir que se tem um problema, reconhecer que não se tem a capacidade de resolvê-lo por conta própria e procurar quem possa te ajudar, é um dos protagonismos mais importantes e necessários que temos que ter em nossas vidas, para torná-las nossas, de fato.
E é por isso que hoje eu comemoro. Porque estou tentando, a cada dia, ser alguém melhor, porque me sinto bem, forte e feliz. "Parafraseando" uma música que gosto muito, poderia dizer que estou dizendo adeus para a criança assustada em meu interior, estou buscando por liberdade e por amor. Eu olho para o meu reflexo e abraço a pessoa na qual me tornei...
A música a qual me referi no texto:
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