Entre o sim e o não


Ando me negando velhos vícios, me contorcendo às novas ideias e me debatendo às novas rotinas. Se eu digo sim é porque eu diria não e se eu digo não é porque eu diria sim. Já não deixo mais rastro, apareço aqui e ali sorrateiramente, à espreita.


 Minha procura foi encerrada, a curiosidade assassinada e agora só preciso de férias para descansar do ávido de viver. Não peço resgate nem ajuda, caminho sozinho com o vento de testemunha que por conta própria me tirei dos apuros. 

Não que seja um estilo de vida atraente, mas foi sem escolha, foi acontecendo e da brincadeira virou coisa séria. Se me perguntar não vou responder, se me falar não vou ouvir, e quanto ao ver eu fecho os olhos para não crer. 

Cada gota de suor, cada fração de qualquer dor, a perda de pudor, eu sinto na vida mais sabor. Não me tire daqui, não me tire de mim. Para você a minha resposta ainda é não, não e não. Só porque eu gostaria de dizer sim, sim e sim.

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