Nova vida

Eu tinha conhecido George há pouco mais de um ano, quando o encontrei por acaso, em uma festa na casa de um amigo. Quando o vi demorei um pouco para me lembrar, ficamos nos olhando por um tempo. Ele também parecia não ter lembrando de imediato quem eu era.

_Lucas?
_Oi George, como vai?
_Bem e você?
_Também. Nossa, você está bem diferente. Ele observou.
_Impressão sua, continuo o mesmo. Eu disse sorrindo, envergonhado.

Foto: Altered Signal.

Começamos a conversar, colocar o papo em dia.  Conforme a conversa fluiu, voltei um ano na minha memória e lembrei da primeira conversa que tivemos. Realmente, muita coisa tinha mudado. George me contou de como ele resolveu uma situação pendente na justiça, que na época estava só começando. De como ele superou alguns problemas que teve após um fim de relacionamento conturbado.

Quando terminei de falar de mim, ele fez uma série de observações: “Você disse que continuava o mesmo, que era só impressão minha, mas fisicamente notei que você perdeu peso e que parece feliz. Pelo que você me contou, fez muitas novas amizades, mudou sua rotina, está bastante focado em coisas novas, enfim, talvez você não tenha notado, mas você mudou e isso não é algo ruim, pelo contrário, você mudou para melhor”. Ele disse.

E foi o que ele me disse que me deixou pensativo. Talvez eu ainda seja o mesmo em muitas coisas, mas certamente mudei algumas nesse espaço de tempo. Quando penso nas coisas que mudaram ao longo da minha vida, sinto falta de algumas, mas não as quero de volta. O passado está no passado, um clichê por razão.

Agora, quando penso na minha vida hoje, não me faltam sentimentos positivos para descrever. Paz, felicidade, amizade, amor... Fui pegando esses sentimentos ao longo do caminho que me trouxe aqui, para essa nova vida.