Eu sei que você odeia isso, mas eu preciso pedir desculpas mais uma vez. Já consigo imaginar sua sobrancelha franzir, seu sorriso se desfazendo. “O que foi dessa vez?”, você pergunta, sabendo que mais uma vez vou te negar algo. Vou dar uma justificativa que para você não faz sentido algum, porque você já não pensa em nós dois com lógica.
Gostaria de poder dizer que a espera vai valer a pena, mas não faço ideia de quanto tempo levaria e do quão bom poderá ser, mas se você tiver paciência eu te peço: me espera. Porque eu já comecei a gostar das suas mãos brincando com meus cabelos, da forma como você ri das minhas neuroses e fica impressionado com os pensamento aleatórios que eu deixo escapar.
Eu gostaria que você ficasse mais por perto, vou tentar te deixar entrar. Juro que te apresentarei mais amigos, talvez comece a falar de você para as pessoas, sem medo de dizer o quanto você me fez rir da história do menino que confundiu a mãe na loja de departamento, fez um escândalo agarrado a perna de uma estranha e depois se espantou ao perceber o erro.
Desta vez, você queria saber, eu disse: “Não estou pronto”. Não estou pronto para te deixar entrar completamente, para te apresentar meu cachorro, para te dizer as palavras que você tanto quer ouvir. Porque já não sou mais um menino, mas sou tão assustado quanto um.
Porque hoje eu tenho cuidado, mesmo sabendo que essa cautela está me escapando pelos dedos assim como os fios do meu cabelo em sua mão, quando você acaricia minha cabeça dizendo: “Tudo bem, eu entendo”.
Porque hoje eu tenho cuidado, mesmo sabendo que essa cautela está me escapando pelos dedos assim como os fios do meu cabelo em sua mão, quando você acaricia minha cabeça dizendo: “Tudo bem, eu entendo”.
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