Respirar Novamente

Se a vida é feita de dias comuns em que nada parece acontecer, essa quarta-feira é mais um desses dias. O trânsito se arrasta, congestionado, e o tempo parece não se esgotar tão rápido quanto a paciência de Luís.


O fim do ano se aproxima. Luís, em sua vida melodramática, sempre odiou finais de ano. Que tipo de pessoa odeia finais de ano?

Em uma tarde dessas, ele caminhava lado a lado com centenas de pessoas no, o sol prestes a se pôr, mais um dia se vai e aquela procura continua, existe dor, que tipo de coração não olha pra trás? Mas se nada acontece na vida de Luís, vale a pena contar sua história?

Todas as emoções sentidas o ano inteiro estão a flor da pele e o passo se apressa na esperança de chegar a algum lugar. Passar por tudo aquilo e finalmente chegar em algum lugar, mas Luís, ofegante, não chega a lugar algum, ainda não, a sensação é de não haver ar, mas ele vai respirar novamente.

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