Depois de muito tempo, o passado
de Luís resolve encontrá-lo mais uma vez e compartilhar algumas coisas do
presente. Com uma dor física, nosso amigo segue mais uma vez à caminho de casa,
aquela sensação de coração apertado o acompanha, junto com a sensação de chute
no estomago.
E se precisava falar com alguém
então porque com ele? O passado que não pode ouvi-lo, o passado que não pode
vê-lo. Só quem sacrifica sabe o valor daquilo que perdeu. Então o passado de Luís
só quer dividir o que lhe convém?
Ele cansou de tentar e de deixar
pra lá, pensou que depois de tanto tempo já estava livre, mas o passado volta
sempre para mais, porque para o passado magoar nunca é o suficiente. O destino
prega peças em Luís, que sempre pensa que é ele e seu jeito atrapalhado que
confundem as coisas de lugar.
Talvez ele e seu passado sejam
mesmo pertencentes um ao outro, e se não for assim, Luís acredita que a sua
sentença é a liberdade e ele não poderia achar isso mais justo depois de tanto
tempo cumprindo pena, a espera de um futuro que nunca viria.
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