Prometi a mim mesmo que não publicaria mais textos aqui. Não é nada demais. Tenho 32 anos, cerca de 11 deles usando, ocasionalmente, esse espaço para tornar públicos alguns pensamentos, sentimentos e situações. Ultimamente, como quando estava na faculdade, o jornalismo consome toda a minha escrita, mas é claro que ainda sinto, de vez em quando, aquela coceirinha quando uma história aparece na minha cabeça. Meu bloco de notas está cheio, mas eu penso em atualizar o blog? Não.
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Há anos as pessoas profetizam o fim dos blogs, pelo menos como eles eram, e agora, com a força indiscutível das redes sociais, como Instagram e TikTok, parece que realmente há um buraco na blogosfera, tornando difícil a existência de vida. Lembro de um tempo em que existia uma verdadeira comunidade interativa aqui, mas já não a vejo. Os cliques existem, mas a conversa morreu.
Talvez seja só eu, afinal sempre tive a impressão de que estava falando sozinho aqui, pelo menos às vezes. Contudo, já faz um tempo que criaram outras plataformas que se tornaram mais tendência do que essa onde fiz o meu primeiro blog, na tarde do dia 4 de abril de 2009, e tudo que eu queria falar, aos 19 anos, era sobre ser feliz.
O meme que viralizou essa semana fazendo com que colegas e amigos com a minha idade ou até mais velhos brincassem sobre ser jovens por terem adotado comportamentos da nova geração, mas ao mesmo tempo não terem abandonado algumas, digamos, características da nossa geração. Eu sou do tempo da internet discada, do e-mail, do messenger, do sms e, finalmente, o Whatsapp e Instagram, quando era apenas uma rede de fotos quadradas.
Hoje pessoas alcançam milhares de outras pessoas, independe de onde estão/saíram. Existem os escritores de Instagram, que vendem livros com base em posts etc. Mas não consigo me ver como um deles. Ultimamente, não consigo me ver nem mesmo como um blogueiro, no sentido antigo da palavra, de quem realmente escrevia em blogs. Entretanto, não estou pronto para abandonar o título de escritor, que dei a mim mesmo depois de anos de insegurança.
Talvez eu esteja no meio do caminho, já tirei "escritor" das bios nas minhas redes sociais e títulos já não me importam tanto quanto vivências em si, não quero ser chamado de algo que não pratico, apesar de, como disse antes, ainda lotar o bloco de notas do celular e um pequeno caderno com algumas frases.
Respondendo à pergunta do título, provavelmente sim, é cringe ter um blog na era das redes sociais, esse texto é cringe, eu sou cringe, o mundo, atualmente, é muito cringe. E enquanto escrevia isso me senti tentado a responder um meme com outro, dizendo que é sobre isso e "tá tudo bem". Mas nem tudo está bem e, para quem já tem o hábito, é preciso (e bom) escrever, mesmo que para publicar em um blog abandonado e depois deixá-lo esquecido de novo.