Setembro de 2009

Fazia 9 anos desde que nos vimos pela última vez, quando esbarramos um no outro em setembro de 2018. Somente agora consigo escrever sobre isso, porque você faz com que eu me pergunte como minha vida teria sido se eu tivesse dito sim naquele dia, debaixo do ipê amarelo, no estacionamento da universidade.
Lembrar daquele momento, volta e meia, de lá para cá, me ensinou uma importante lição sobre o tempo, sobre como ele passa e a gente não consegue voltar atrás, para aquele momento, aquele sentimento, aquele beijo quente, no Gol 98 de vidros embaçados. Somente recordar e me perguntar sobre o que me segurava, por que eu não me deixei ir?

Você mudou minha vida. Depois de você passei a dizer sim sempre e me arrepender todas as vezes, porque eu não estava dizendo para você, estava dizendo para todos os caras errados e isso não compensou o não que eu disse na tarde daquela quarta-feira, quando nos despedimos levianamente, muito jovens para entender a importância do que a gente viveu.

Olhar você, depois de todos esses anos é um lembrete do que vivi e do que deixei de viver. Você parecia bem e eu estou bem agora, porque do ano passado para cá aprendi outra lição, sobre dizer sim, sobre dizer não e, principalmente, sobre a ineficácia do arrependimento. Consegui fechar a porta atrás de mim e deixar a sombra de setembro de 2009 para trás.

Veja mais em: Lapso temporal