Não precisa ter medo

Deitado no chão do quarto encaro a estante de livros. Já li quase todos esses romances. Alguns deles pareciam tão impossíveis, alguns realmente foram. E o que isso tem a ver com a gente? Você me perguntaria, se me visse assim entorpecido nessa superfície dura e fria com nada mais do que questionamentos também. Como eu começo a explicar?
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Estou ouvindo música com meus fones de ouvido. “Canções de amor”, ironizo. Eu não sou bom nisso, por isso procuro alguma inspiração. Cheguei a um ponto em que toda ajuda é bem vinda, mas eu não posso te pedir isso quando eu sei que você está passando pela mesma coisa. Posso te sentir se perguntando também, quando todo mundo parece tão certo nos livros e ao cantar sobre isso.

“Não há problema nenhum nisso”, digo a mim mesmo. É até natural. Justificável. Digo, não temos todas as razões do mundo para temer? Para nos sentirmos covardes diante do desconhecido, quando há tanto em jogo? Quero dizer, não somos mais tão jovens assim, já carregamos uma considerável quantidade de sentimentos difíceis em nossos peitos, em algum ponto temos que nos perguntar quanto mais ainda podemos aguentar.

Mas se esses personagens desses livros não tivessem dito sim não haveria história. Se esse cantor não tivesse seguido seu coração eu não estaria ouvindo-o agora. Lembrei da frase de Clarice: Tudo no mundo começou com um sim. A vida só acontece assim, se a gente se arriscar e para isso não precisa ter medo. Viveremos, e isso por si só fará tudo valer a pena.

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