Me preparando para o pior

Às vezes estou com você ou sozinho e penso que não há nada melhor do que essa sensação de tranquilidade que a gente tem. Desse nosso sentimento que traz paz, que faz com que nos sintamos em casa, à vontade. Mas existe sempre algo que me puxa de volta, que faz com que eu questione e revise tudo isso na minha cabeça, como uma questão de física da qual esqueci a fórmula e me perdi no meio do cálculo.
Foto de Andrii Podilnyk no Unsplash

E enquanto estou perdido digo a mim mesmo que isso pode ser tudo um exagero. Que talvez a gente não seja tão bom assim um para o outro. E pode ser que a nossa frequência seja só uma carência, de ter alguém por perto, de querer sentir e querer existir a dois. É estranho porque esse é o tipo de coisa que acontece no começo, quando ainda se tem dúvida, mas eu não tenho mais. 

Sei o que sinto, sei o que quero e tem você pelo meio, ou do lado. E esse é meu medo. É isso que eu me pergunto. E se você se for, por qualquer motivo que for? Eu vou imaginando cada possibilidade e ensaiando uma solução para tudo, até traição. De repente, eu posso superar ou a gente pode realmente terminar. Eu tento pensar em tudo, forço minha mente e meu coração a simularem cada opção.

Veja bem, não quero te magoar. Você me conhece, não gosto de surpresas. Sempre checo a previsão do tempo, as rotas no trânsito, pesquiso as críticas dos restaurantes, a avaliação dos aplicativos. Eu gosto de estar preparado. E mesmo que você já tenha se provado ser o melhor, estou me preparando para o pior. Talvez essa preparação seja desnecessária ou seja como levar um guarda-chuva para enfrentar uma tempestade.