Clube dos corações partidos

Em mais um dia de calor, Luís e eu resolvemos aceitar um convite para banhar de piscina na casa do Tiago, um amigo nosso. Chegando lá, encontramos Carlos, outro amigo. Alguns drinks depois, e muita conversa jogada fora, começamos a falar das desilusões amorosas.


_Às vezes parece que a ficha ainda não caiu. Um dia desses ele me ainda me dizia que me amava e que ia passar o resto da vida comigo. A gente planejava comprar uma casa, criar um cachorro, ter uma família. Combinamos cada detalhe de uma vida a dois. Disse Luís já um pouco alto.

_Essas coisas são assim mesmo. Eu namorei seis anos, a gente já estava vendo apartamentos, comprando mobília, quando ele decidiu cair fora. Eu fiquei mal por muito tempo, ainda hoje não consegui namorar ninguém, enquanto ele pula de um namorado para outro. Disse Carlos.

Tiago e eu também tivemos nossas desilusões amorosas, mas nada tão perto do que Carlos e Luís passaram. E isso me assustou. Para onde quer que eu vá, pareço esbarrar na bagunça de algum relacionamento mal sucedido.

De repente, parece que “o amor está no ar” deu lugar a dor de cotovelo. Ali de dentro daquela piscina, tudo que eu conseguia ver eram corações partidos. Agora, que o romance parece um aplicativo disponível para download, é tão fácil trocar de um romance para outro, parece que a cidade toda está se tornando um clube de corações partidos.

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