Eu acho que não foi dessa vez. Pode ter sido o meu ronco ou meu inapropriado senso de humor, mas alguma coisa te afastou. Eu também não senti aquela sensação no estômago quando a gente se beijou pela primeira vez, mas não é toda vez que bate aquela química.
Já estive nessa situação antes. Todos já estiveram. Conhecendo pessoas diferentes, à procura da combinação perfeita. Depositamos na nova pessoa toda a expectativa de um alguém ideal, que habita nossos sonhos, fantasias de felizes para sempre e romance incondicional.
Mas essas pessoas são de carne e osso. Como a gente, acordam de mau humor, mau hálito e também precisam ir ao banheiro. Devo admitir que eu preferia te gostar a distância, eu já te conhecia há algum tempo, mas a gente nunca foi próximo de verdade, eu nunca soube seus defeitos.
De longe, você era o retrato perfeito do que eu queria, uma paixão ideal que não precisava se realizar, até que você começou a me ver também. Ainda no início, nosso encontro era a euforia de uma fantasia realizada, até que começamos a de fato existir na vida um do outro.
Agora já é tarde, provamos um ao outro que temos nossos defeitos, somos humanos afinal de contas. Mas isso não importa, algo nos diz que não está certo, não encaixa, não somos a combinação perfeita que tanto fantasiamos.
Um beijo morno é nossa despedida. Depois que você saiu, me restou o silêncio do vazio e eu fiquei pensando, um dia alguém que eu vou amar vai entrar por essa porta, com todos os seus defeitos, mas com o amor, tudo vai parecer perfeito, a combinação que um dia eu tanto sonhei ou aquela que eu nem sequer imaginei.
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