Um
ano na vida. Na verdade, antes disso, alguns anos. Primeiro 7. Depois 9.
Desculpe se isso não faz muito sentido para você, talvez fará logo adiante.
"Sinto
cheiro da neve", o inimaginável aconteceu. Parece um sonho. Depois de
longos 9 anos, tudo está "de volta", exatamente como estava antes, só
que diferente.
"Conversa
fiada, trabalho e o clima". Está na hora de ser mais claro. Estou falando
de um dos meus seriados favoritos (se é que ele não é O favorito): Gilmore Girls. E o seu revival de
quatro episódios (cada um em uma das estações do ano) de 90 minutos, "A
year in the life".
De
repente, aquele adolescente de 17 anos estava de volta, com os olhos brilhando
e um sorriso no rosto, vendo uma de suas personagens preferidas fazendo o que
faz de melhor: falando zilhões de palavras o mais rápido que pode com milhares
de referências.
Mas
se a expectativa para o revival era que
tudo seria nostalgia e conclusão isso foi mudando ao chegar no verão e pode-se
dizer que no final do outono já estava tudo assim TÃO DIFERENTE.
O
adolescente esperançoso encontrou o adulto frustrado. O menino de 17 se deparou
com um angustiado homem de 27 anos. Me identifiquei sem querer com a Rory
(jornalista "recém"-formada sem uma ideia de como será seu futuro na carreira -
sem falar na confusão da vida afetiva).
E me identifiquei com Lorelai, alguém que chegou onde queria chegar e achou que estaria feliz, mas sente falta de algo. Em 2007, ao fim da temporada, e anos mais tarde re-assistindo várias vezes, não foram poucas as lágrimas derramadas pela série.
Eu
sabia que iria chorar, mas achava que seriam lágrimas de emoção. Mas o choro
mais intenso (e repentino) foi... Há meses sinto uma angustia terrível que vai
e vem, “em ondas”, fortes e francas. Minha resposta, além da terapia, é:
Respire e espere passar ou, quando realmente preciso de consolo “você tem tudo
na vida, não há razão para isso”.
Eu
sou feliz, mas aí, de repente, estou infeliz. Estava passando por isso tudo,
focando em trabalho, trabalho, amigos, família, etc.. E sem conseguir chorar
quando sentia vontade. Naqueles momentos sufocantes em que um choro é o
primeiro fôlego de quem estava quase se afogando.
De
tantas coisas, Gilmore Girls me deu mais uma. Ver Lorelai em conflito com algo
semelhante ao que posso estar passando, ver sua emoção, me trouxe o choro de
volta e eu chorei - copiosamente -.
Costumo
encerrar meu texto com alguma conclusão, porque amo conclusões. Gosto de
iniciar, desenvolver e terminar. Ao colocar o ponto final, gosto que a história
tenha ficado para trás, sem possibilidade de nada mais do que o novo. Como no
final do revival de Gilmore Girls, esse não é um desses textos.
Não
haverá conclusão aqui. Fechamento ou qualquer coisa do tipo. Mas encerro com
quatro palavras: É um novo dia...