Vida

Foi em uma noite de quinta-feira, 20 de abril de 1989, eram vinte e uma horas quando tudo deixou de ser escuridão e se tornou luz, foi também o primeiro de muitos choros, mas houveram sorrisos também, era menino, o nome seria Lucas, escolha da avó porque era o padroeiro da igreja que ela tinha ajudado a construir. Era saudável, media 51 centímetros, pesava 3.300, olhos castanhos e cabelos pretos, acharam que parecia com o pai.


Eu não lembro muito da vida de bebê, mas deveria ser boa, comer e dormir praticamente o dia todo e todo mundo te achar a coisa mais fofa do mundo. A gente sabe que isso muda com o passar dos anos. Se passou vinte dois anos em um piscar de olhos e costuma ser assim quando se está vivendo.

Dizem que o que realmente importa não é abdicar de vícios e hábitos que lhe fazem mal, abdicar de pessoas, lugares, etc... o que realmente importa é decidir o que fazer a partir daí, não é decidir sair do lugar e sim saber pra onde ir, pra não andar em círculos, sem rumo e torcer para o melhor.

A vida é louca, breve e intensa. Pode te fazer seguir inúmeros protocolos para chegar aonde você espera ou te arrastar como uma sacola plástica ao vento. Pode te deixar durante muito tempo em uma fila pra receber algo ou te contemplar logo na entrada, mas de qualquer maneira vai dar certo porque se fosse diferente não seria a sua vida, seria a vida de outra pessoa.

Tudo começa escuro e aos poucos vai clareando, de vez em quando é preciso apanhar para poder pegar aquele folego e é isso, até aqui foi bom e ainda não acabou. Quanto ao que estar por vim seja o que Deus quiser.

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