Desfazendo as malas

Um guardanapo rabiscado dizia "Eu quero muito do mesmo. Eu quero um pouco do novo. Amar e experimentar", talvez eu tenha escrito isso depois de algumas taças de vinho.


Olhando a cidade do alto eu não sabia ao certo se ela estava maior ou menor, mas sei que estava linda como uma noite chuvosa de natal.

Lembrei da música que tocava no bar, lembrei que eu pedi que tocassem. Uma falava de amor e a outra de dor. Uma lembrava de um relacionamento no seu início e a outra falava de ilusão.

Essas duas músicas me remetem a um passado que não faz mais sentido, mas uma coisa boa, uma coisa que merece ser mantida, o amor. Mudar de ares, ir para outra cidade, conhecer outras pessoas, outros lugares, mesmo que por apenas alguns dias me mostrou o quanto eu quero mudança, o quanto eu quero algo novo.



É bom estar de volta, de volta ao que me é familiar. Mais uma vez eu me pego naqueles momentos da vida em que as coisas não serão mais as mesmas, momentos em que é preciso esperar até se acostumar a uma nova rotina.

A gente sempre leva nossos problemas e preocupações na mala, mas, às vezes, temos que deixar algumas coisas para trás por alguns instantes, para não haver excesso de bagagem.

Deixei que a esteira levasse o excesso, que a bagagem, pesada demais, fosse extraviada e decidi carregar apenas o que meus braços puderem carregar, seguir apenas para onde eu quero ir.

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